A postagem de hoje, de forma introdutória, pretende trazer uma outra abordagem possível sobre o conteúdo. Considerando que a rotina de um blog pode vir a se tornar maçante, ou repetitiva até, na medida em que as postagens teriam certa tendência (detalhes editoriais, notem bem!) a ser tão homogêneos que se pasteurizam, o autor/blogueiro deve se preocupar em mudar a rotina. Mas como mudar a rotina?
Uma boa e imediata abordagem possível é o uso de 'pílulas', de conteúdos mais curtos, com efeito anti-cíclico sobre tal vício de rotina que um blog pode acabar assumindo. Como deduzimos na condição de autores(as)/blogueiros(as), a pior coisa que pode ocorrer em um blog é o ostracismo, a ausência de visitas, a perda de visibilidade de magnetismo junto ao público. Se a essência de um blog é a comunicação direta, não haver mais comunicação representa o seu fim como existência.
Mas o que chamo de 'pílulas'? A rigor, é uma metáfora para pequenas formas de comunicação, de fácil e rápida 'ingestão' (daí a metáfora), geralmente utilizadas entre ou logo antes/depois das 'refeições' (outro gancho da metáfora), que seriam as postagens mais longas e profundas. As pílulas, assim, ajudam a reverter, como na medicina, determinados processos, desde que bem ministradas.
Há várias pílulas possíveis para se utilizar: em geral tudo que fuja a rotina do texto, em especial do texto profundo, mas que não se desconecte ou desgarre da proposta inicial do blog. Em resumo, é preciso ter muita, muita habilidade (e alguma sorte!) para postar de forma harmoniosa sobre o Big Brother 14 em uma discussão sobre física ou química orgânica. Nessa hora, o trunfo da versatilidade das discussões pertencentes às humanidades é formidável e permite usos mais diversos - como nós professores(as) sabemos, a sala de aula exige cada vez mais a construção de pontes entre o mundo ordinário e cotidiano com as discussões específicas com nossos(as) discentes.
E essas várias pílulas, hoje, tem de ser cada vez mais atentas a crescente mediatização das relações (vide o efeito Facebook e Twitter da
Geração dos Rolezinhos) - assim sendo, vídeos produzidos pelos próprios discentes ou docente, grupos de discussão em redes sociais, atividades extra-classe com alto nível de
gamificação/ludificação são imprescindíveis e o desconhecimento sobre tais pílulas é um risco muito grande. Qualquer perda deste horizonte pode representar, com facilidade, a perda de uma importante ferramenta de manutenção do vínculo relacional entre docente e discente, cada vez mais abatido pela desierarquização das relações profissionais no Século XXI. Interessante notar como o corte conceitual contemporâneo nos ajuda a entender estas relações, não é? Ponto para a História Contemporânea!
Como fazer, então? Se tornar um profissional rígido com jovens ainda em formação, em faixa etária pré-adulta, ou correr o risco de agir como um animador de auditório?
É preciso, cada dia mais, portanto, ser lúdico e transformar a aprendizagem um jogo, como prática atrativa e capaz de integrar participantes. Gerar emblemas de conquistas com diferentes níveis de classificação para os participantes do jogo; criar sistemas de recompensa por metas atingidas, como 'barras de progresso' para medir a aproximação destas metas; quizzes e desafios entre participantes, por exemplo, são formas de ativar tal ludicidade. Tudo com muito cuidado para não criar competições exacerbadas ou transformar a séria e compenetrada experiência docente em uma mera brincadeira, entrando em um irreversível mundo de fantasia e brincadeira onde o conhecimento torna-se apenas um coadjuvante, quando é na verdade o protagonista.
O que resta conviver, no entanto, é um mundo tão social e compartilhado como o nosso, este protagonista não atua sozinho.
A minha pílula de hoje, para vocês, é a aula que discutimos sobre a Guerra Fria, vejam só
clicando aqui. E a de vocês?
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